Numa altura de férias de verão em que estamos mais expostos ao sol, nomeadamente quando vamos à praia, piscina ou rios torna-se importante a proteção da pele contra a radiação UV.

A necessidade de usar protetores solares é uma questão de saúde. Mas, será que os protetores solares têm impacto ambiental? Fica desse lado e conhece as nossas sugestões para poderes ter o teu protetor solar sustentável.

Radiação UV: qual o seu impacto na nossa rotina?

A radiação UV é uma das emissões do sol e, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), divide-se em 3 faixas:

  1. RUV-A: 315nm aos 400nm
  2. RUV-B: 280nm aos 315nm
  3. RUV-C: 100nm aos 280nm

As faixas A e B são as que têm mais impactos na nossa saúde.

Alguns dos benefícios da radiação UV são a sensação de bem-estar físico e mental, a estimulação da produção de melanina, o tratamento de icterícia e a síntese de vitamina D.

Esta vitamina, segundo a DGS, “(…) contribui para o aumento da absorção de cálcio e fósforo dos alimentos, para o fortalecimento dos ossos, para a função imunitária e para a formação de células sanguíneas.”.

Contudo, o excesso de radiação UV pode originar problemas graves tais como cancro da pele, cataratas ou imunossupressão.

Como te podes proteger

Quando a radiação UV tem índices elevados é aconselhável teres alguns cuidados:

  • Protegeres-te da exposição direta ao sol;
  • Beberes mais água e sumos, mesmo sem teres sede;
  • Usares vestuário largo, leve e fresco;
  • Evitares a permanência em viaturas expostas ao sol;
  • Evitares atividades que exijam esforço físico intenso (como o desporto em alturas do dia com temperatura mais elevada);
  • Utilizares óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt e protetor solar.

Protetores solares: qual o impacto ambiental?

Alguns dos filtros UV orgânicos usados nos protetores solares têm sido alvo de atenção pelos possíveis impactos ambientais que possam ter. São eles:

  • Oxibenzona (benzofenona-3);
  • 4-metilbenzilideno cânfora;
  • Octocrileno;
  • Octinoxato (metoxicinamato de etilhexila).

Existem estudos que identificam filtros UV como oxibenzona, octocrileno, octinoxato e salicilato de etilhexila em fontes de água que são difíceis de remover nas estações de tratamento de águas residuais.

Acrescentam ainda que a oxibenzona foi identificada como um filtro possível de contribuir para o branqueamento dos recifes de coral.

Já o 4-metilbenzilideno cânfora, oxibenzona, octocrileno e o octinoxato foram identificados em espécies de peixes, o que pode ter impactos na cadeia alimentar.

Infográfico que mostra como os químicos dos protetores solares entram no ambiente

 

Para além destes possíveis problemas ainda existe o do microplástico: a Deco Proteste revela que “quase todos os protetores solares incluem microplásticos”.

Imagem que explica o caminho dos microplásticos desde a colocação do protetor solar até à refeição

 

Quais são as alternativas?

Existem os filtros inorgânicos (minerais) que também protegem contra os raios UV. Ao contrário dos filtros UV orgânicos que são formados por moléculas que absorvem a radiação UV e a transformam em energia inofensiva, os filtros inorgânicos são constituídos por substâncias (por exemplo, óxido de zinco e dióxido de titânio) que atuam como barreira física e refletem e dispersam a radiação.

Uma das opções pode ser optar por protetores solares à base de minerais que usam o óxido de zinco ou dióxido de titânio.

Neste ponto vale ressaltar que um estudo confirmou que as “nanopartículas de óxido de zinco podem fazer desintegrar as membranas celulares e ficar acumuladas no citoplasma, onde interagem com biomoléculas, causando apoptose celular, o que leva à morte celular.”.

Por isso, se optares por filtros minerais é importante veres na lista de ingredientes se têm nanopartículas de óxido de zinco.

Apesar de todas estas evidências, recentemente cientistas da Universidade de York revelam que são precisas mais pesquisas sobre o impacto ambiental do protetor solar nos recifes de coral.

Acrescentam ainda que "sem dúvida, os produtos que podem ajudar a proteger contra os efeitos nocivos da radiação UV na saúde humana são extremamente importantes e, portanto, precisamos de evidências confiáveis ​​e extensas para sugerir quaisquer alterações ou redução desses produtos.".

Protetor solar sustentável: 4 opções

O uso do protetor solar deve ser adequado a cada tipo de pele e pode ser escolhido com a ajuda de profissionais da área, em especial nos casos de pessoas que tenham doenças de pele associadas.

Damos-te 4 sugestões para teres contigo um protetor solar sustentável.

Acorelle

A marca Acorelle produz cosméticos naturais e orgânicos e os seus produtos são certificados pela Ecocert (entidade que regula e credita os ingredientes e processos usados na produção, assegurando que são ecologicamente corretos).

De acordo com a Organii “A alta resistência à água dos nossos produtos de proteção solar permite que a maioria do produto permaneça na superfície da pele, protegendo assim os oceanos e os recifes de coral.”.

Amazinc

Na Mind The Trash também podes encontrar um protetor solar sustentável: o Protetor Solar Mineral Amazinc FPS 50+ tem embalagem sem plástico, reutilizável e reciclável e 100% natural. Tem proteção UVA e UVB e não tem ingredientes químicos poluentes e tóxicos para o ambiente.

Sol De Ibiza

Também o Protetor Solar Natural Sol de Ibiza permite uma proteção eficaz com ingredientes naturais. É um protetor solar vegano, reef-safe, sem plástico e permite a proteção UVA e UVB.

Nuura

A NUURA é uma marca fundada por uma família de farmacêuticos que são pioneiros na criação de probióticos naturais nas suas fórmulas.

O Protetor Solar SPF 50+ UVA/UVB/IR é 96,8% natural, tem 100% de filtros minerais e é vegano e cruelty free. Para além disto, é resistente à água, hipoalergénico e não tem nano ingredientes.

Lembra-te: o importante é andares sempre com protetor solar para te protegeres mesmo quando estás à sombra.

 

Autora: Daniela Matos