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Fibras naturais e sintéticas: qual o seu impacto?

Sexta-feira, 3 Dezembro 2021

Todos os dias tocamos ou vemos fibras naturais e sintéticas mesmo sem nos apercebermos. Mas sabemos realmente a diferença e quais os tipos de fibras que existem? E quais os seus impactos ambientais?

Neste artigo vais ter a oportunidade de saber quais as diferenças e quais os impactos que algumas podem ter na casa que partilhamos, o planeta Terra.

Qual é a diferença entre fibras naturais e sintéticas?

As fibras podem ser naturais ou sintéticas dependendo da forma como são feitas ou transformadas. Vamos perceber quais as diferenças.

As fibras naturais

As fibras naturais podem ser caraterizadas como fibras que são feitas de materiais naturais que provêm de plantas, animais ou minerais. Estes materiais são transformados em fios que dão origem aos nossos tecidos.

Desta forma, as fibras naturais tanto podem ser de origem animal ou de origem vegetal.

Exemplos de fibras naturais

  • Fibras de origem animal: seda e lã;
  • Fibras de origem vegetal: algodão, linho e juta.

As fibras sintéticas

Contrariamente às naturais, as fibras sintéticas são feitas de produtos químicos derivados de produtos petroquímicos (petróleo ou carvão).

Estas fibras químicas podem ser divididas em artificiais, produzidas a partir da celulose, e sintéticas, que derivam da petroquímica. Estas fibras, de forma inicial, foram desenvolvidas com o objetivo de melhorar as propriedades das fibras naturais e, com o aumento da população e da procura, tornaram-se uma necessidade.

Exemplos de fibras sintéticas

  • Poliéster: fabricado em tereftalato de polietileno;
  • Rayon: deriva da celulose;
  • Acrílico: é feito a partir de um produto petroquímico;
  • Nylon: fabricado em poliamida (polímero termoplástico);
  • Polipropileno.

Como podes verificar, existem diferenças significativas entre as fibras naturais e sintéticas não só ao nível da sua composição e extração como ao nível das possíveis consequências que podem ter no ambiente.

Quais são os impactos ambientais das fibras sintéticas?

Os sintéticos representam 62% de todas as fibras que são produzidas a um nível global, de acordo com a Common Objective (CO). Para além disto, apenas 0,07% da produção de fibras sintéticas é sustentável.

Como as fibras sintéticas são baratas e versáteis possibilitam a produção de têxteis acessíveis e de fast fashion (European Environment Agency). De acordo com o Research and Markets, o mercado global de fibras sintéticas vai aumentar ainda mais até 2028, devido ao aumento da procura por roupa e acessórios.

Poluição aquática

Através da lavagem da roupa as fibras sintéticas que mencionámos acima acabam por ir parar aos oceanos. De acordo com a Vox, é possível que uma única carga de roupa possa libertar centenas de milhares de fibras.

Como os plásticos são insolúveis em água e têm uma degradação lenta, estima-se  que são libertadas, a nível global, cerca de 10 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano para os meios aquáticos, o que gera uma acumulação de poluição microplástica.

Fonte: Vox

Emissões de carbono

Como as fibras sintéticas derivam do petróleo, por exemplo, isto faz com que a poluição do ar e da terra seja uma realidade. De forma global, a produção destas fibras consome cerca de 1% da produção de petróleo bruto (48 milhões de toneladas por ano).

Através do seguinte gráfico é possível verificar os impactos ambientais ao longo do ciclo de vida dos têxteis sintéticos.

É importante referir que as fibras naturais e sintéticas têm cada uma o seu impacto. Neste caso, foi feita uma comparação dos impactos ambientais e climáticos entre as fibras sintéticas mais comuns e o algodão, que é uma fibra natural.

De acordo com a European Environment Agency, é importante promover escolhas de fibras sustentáveis, controlar as emissões de microplásticos e incentivar à reutilização e reciclagem são ações importantes para uma circularidade dos têxteis sintéticos.

Ou seja, as fibras sintéticas, tal como o plástico, também poluem o ambiente. Desta forma, é importante existir uma reutilização constante e, em fim de vida, devem ser corretamente recicladas.

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Autora: Daniela Matos

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